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INIBIDORES DA DIPEPTIDIL PEPTIDASE (IDPP4)

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Inibidores da dipeptidil peptidase 4 (IDPP4), também chamados de gliptinas, são uma classe de hipoglicemiantes orais usados para tratar diabetes mellitus tipo 2. A primeira gliptina foi aprovada pelo FDA em 2006. Podem ser combinados com outros antidiabéticos, geralmente com metformina, no mesmo comprimido. No Brasil, atualmente, encontram-se disponíveis representantes desta classe, quais sejam: Sitagliptina, Vildagliptina, Saxagliptina, Alogliptina  e Linagliptina.

 

MECANISMO DE AÇÃO

A dipeptidil peptidase 4 é uma enzima que degrada as incretinas. As incretinas incluem o peptídeo semelhante a glucagon 1 (GLP-1) e o Peptídeo insulinotrópico glicose-dependente (GIP) que são produzidos no intestino e atuam no pâncreas contribuindo para a regulação do ciclo da glicose no organismo. Quando aumenta glicose em sangue as incretinas estimulam a secreção de insulina e inibem a secreção de glucagon. Ao inibir a degradação das incretinas, as mesma  atuam por mais tempo no organismo

Em comparação aos análogos do GLP-1, têm a vantagem de serem administrados pela via oral, em dose única diária (exceto a Vildagliptina que requer duas administrações diárias) e apresentarem efeito neutro sobre o peso.

Quando utilizados em monoterapia, reduzem a hemoglobina glicada (HbA1c) em cerca de 0.6%-0.8%, redução esta diretamente proporcional ao nível da HbA1c inicial; porém, quando utilizados em combinação com outras drogas (como a Metformina), apresentam resultados ainda melhores com reduções mais acentuadas da HbA1c (a associação de Metfomina 2g/dia a uma “gliptina” reduz a HbA1c em cerca de 1.5%-1.8%). 
A eficácia destas drogas é dependente da função das células beta; por este motivo, parece-nos bem indicadas em pacientes com DM2 clássico que possuam função pancreática residual. 

Seus representantes devem ter suas doses ajustadas pela taxa de filtração glomerular e não pelo valor da creatinina sérica, visto que a maioria dos pacientes idosos possuem massa muscular reduzida. A Linagliptina é o único representante desta classe que não requer ajuste de dose.

 

 

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MEDICAMENTOS

SITAGLIPTINA 

A sitagliptina é um inibidor da DPP-4 que foi aprovado para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2 (como monoterapia, um segundo agente naqueles que não respondem a um único agente, tal como uma sulfonilureia, metformina, ou uma tiazolidinediona, e como um terceiro agente quando a terapêutica dupla com metformina e uma sulfonilureia não proporcionam um controle adequado da glicemia).

Posologia

A dose habitual de sitagliptina é de 100mg 1 vez por dia, com a redução para 50 mg para pacientes com insuficiência renal moderada a grave (taxa de filtração glomerular de 30 a 50 ml / min) e 25mg de insuficiência renal grave (< 30ml/min).

Tem as seguintes apresentações  Comprimido 25 mg,  50 mg e  100 mg, com o nome comercial e Januvia

Apresentação

Sitagliptina 100mg 1 vez por dia,

Ajuste renal : Sitagliptina 50 mg para pacientes com insuficiência renal moderada a grave (taxa de filtração glomerular de 30 a 50 ml / min) e 25mg de insuficiência renal grave (< 30ml/min).

Nomes comerciais

Januvia da Merck Sharp & Dohme  e Nimegon 25 mg,  50 mg e  100 mg 

Associado ao metformina  -  50mg/850mg de metformina,  50mg/ 1000mg , com as alternativas Janumet ou Nimegon met

 

 

SAXAGLIPTINA

A saxagliptina foi aprovada como terapia farmacológica para o tratamento inicial do diabetes mellitus tipo 2 ou como um segundo agente naqueles que não respondem a um único agente, tal como sulfonilureia, metformina, ou tiazolidinodiona.

A monoterapia com saxagliptina reduz a HbA1C em 0,5-0,7%. A saxagliptina também é eficaz quando utilizada em combinação com metformina, sulfonilureias, ou tiazolidinedionas.

Posologia

A dose habitual de saxagliptina é de 2,5 ou 5 mg uma vez por dia, com a dose de 2,5mg recomendada para pacientes com moderada doença renal crênica grave (taxa de filtração glomerular <=50 mL / min). A hipoglicemia foi similar em pacientes em uso da medicação em comparação com o placebo.

A saxagliptina-metformina está disponível num único comprimido (5mg / 500mg, 5mg / 1,000mg, 2,5mg / 1000mg de metformina e saxagliptina de liberação prolongada, respectivamente) que é tomada 1vez ao dia. Nome comercial de Kombiglyze XR.

Apresentações

Saxagliptina-metformina  5mg / 500mg,

Saxagliptina-metformina 5mg / 1,000mg

Saxagliptina-metformina 2,5mg / 1000mg

saxagliptina de liberação prolongada

 

A dose habitual de saxagliptina é de 2,5 ou 5 mg uma vez por dia

Ajuste renal  com a dose de 2,5mg, em casos com doença renal crênica grave (taxa de filtração glomerular <=50 mL/ min).

Nomes comerciais

Saxagliptina monoterapia -  Onglyza (Bristol-Myers-Squibb)

Kombiglyz XR -  saxagliptina e o cloridrato de metformina de liberação prolongada 2,5/100mg, 5/100mg, 5/500mg


 

LINAGLIPTINA

A linagliptina está disponível para pacientes com diabetes mellitus tipo 2. É eliminada principalmente através do sistema entero-hepático. Não é necessário ajuste da dose em doentes com insuficiência renal ou hepática. Indutores do CYP3A4 ou P-glicoproteína (por exemplo, rifampicina) podem diminuir a eficácia da linagliptina. Assim, os pacientes que necessitam de tais medicamentos devem receber uma alternativa para linagliptina. A eficácia de linagliptina como monoterapia e em combinação com metformina, glimepirida e metformina combinada com sulfonilureia, ou a pioglitazona é demonstrada em alguns estudos, com diminuição em média de 0,4 pontos percentuais de HbA1C em comparação com o placebo. A medicação comparada à glimeperida se mostrou um pouco inferior.

Posologia

A dose habitual de linagliptina é de 5mg 1 vez por dia, ingerida  com ou sem alimentos. 

Nomes comerciais  : 

  • Trayenta 5mg Boehringer 
  • Linadib 5mg Ems 
  • Glyxambi 10mg/5  e 25/5 mg Boehringer - Empagliflozina + Linagliptina 
  • Trayenta Duo 2,5mg/1000mg Boehringer - Linagliptina + metformina
  • Trayenta Duo 2,5mg/850mg Boehringer  - Linagliptina + metformina

VILDAGLIPTINA

A vildagliptina é outro inibidor da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4). A medicação é eficaz como monoterapia ou em combinação com metformina, tiazolidinedionas, ou insulina, melhorando o controle da doença. A medicação foi associada com baixo risco de hipoglicemia nos estud

os de terapia em combinação.

Posologia

A dose habitual é de 50mg 2 vezes por dia quando utilizado em monoterapia, com metformina, ou com uma tiazolidinediona, e 50mg 1 vez ao dia pela manhã, quando usado com uma sulfonilureia, sendo necessário em pacientes com insuficiência renal leve (filtração glomerular >= 50 mL / min). Em pacientes com insuficiência renal moderada ou grave, a dose é de 50mg uma vez por dia.

 

 

 Vildagliptina  50mg 2 vezes por dia, com metformina, ou com uma tiazolidinediona

Vildagliptina  50mg 1 vez ao dia pela manhã quando usado com uma sulfonilureia,

Ajuste renal - em pacientes com insuficiência renal moderada ou grave, a dose é de 50mg uma vez por dia.

Nomes comerciais 

Galvus e Jalra

 

 

ALOGLIPTINA

A alogliptina está disponível para pacientes com diabetes mellitus tipo 2. A medicação é eficaz como monoterapia e, em combinação com metformina, pioglitazona, pioglitazona e metformina, sulfonilureias, ou insulina. Para a terapia inicial em pacientes com diabetes mellitus tipo 2, alogliptina não tem se mostrado superior à intervenção dietética de curto prazo nos poucos estudos, sua taxa de hipoglicemia é baixa.

Posologia

A dose habitual de alogliptina é de 25mg 1 vez por dia, com redução de dose para 12,5mg 1 vez por dia em doentes com depuração da creatinina entre 30 e 60 mL / min e 6,25 mg por dia em doentes com depuração da creatinina <30 mL / min ou em diálise.

Alogliptina  25mg 1 vez por dia,

Ajuste renal  para 12,5mg 1 vez por dia em casos  com depuração da creatinina entre 30 e 60 mL / min e 6,25 mg por dia em doentes com depuração da creatinina <30 mL / min ou em diálise. 

Nomes comerciais 

  • Nesina  12,5mg e 25mg 
  • Nesina Pio 25mg + 30mg e 25mg + 15mg 
  • Nesina Met 12,5mg + 1000mg e 12,5mg + 850mg

Inibidores da DPP-4

APRESENTAÇÕES

  • Sitagliptina 50 e 100 mg - 1-2x/dia (dose máxima: 100 mg/dia)
  • Vildagliptina 50 mg - 2x/dia
  • Linagliptina 5 mg - 1x/dia
  • Alogliptina 6,25, 12,5 e 25 mg - 1x/dia (dose máxima: 25 mg/dia)
  • Saxagliptina 2,5 e 5 mg - 1x/dia (dose máxima: 5 mg/dia)
  • Evogliptina 5 mg - 1x/dia

 

AÇÕES:

  • Aumento do nível do GLP-1, com aumento de síntese e secreção de insulina, além de redução do glucagon

 

VANTAGENS:

  • Redução de glicemia de jejum em 20 mg/dL e da HbA1c em 0,6-0,8%
  • Aumento da massa de células beta em modelos animais
  • Segurança e boa tolerabilidade
  • Raramente causam hipoglicemia
  • Não alteram o peso

 

EFEITOS COLATERAIS:

  • Angioedema e urticária
  • Probabilidade de pancreatite aguda
  • Aumento das hospitalizações por IC (saxagliptina)

 

CONTRAINDICAÇÕES:

  • Hipersensibilidade aos componentes do respectivo medicamento

 

OBSERVAÇÕES:

Necessidade de ajuste na dose de acordo com a taxa de filtração glomerular, exceto para evogliptina e linagliptina, que não necessitam de ajuste

Fontes

https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6948/inibodores_da_dpp_iv.htm

http://www.revportdiabetes.com/wp-content/uploads/2017/11/RPD-Vol-12-n%C2%BA-2-Junho-2017-Artigo-de-Opini%C3%A3o-p%C3%A1gs-62-67.pdf

http://departamentos.cardiol.br/decage2014/news/010-2015/esquina01.asp

https://www.medicinanet.com.br/conteudos/medicamentos/3746/sitagliptina.htm